quarta-feira, 22 de maio de 2013

Unidos por palavras


       Ainda lembro perfeitamente da nossa despedida. Você estava muito ansioso e nervoso ao mesmo tempo para atravessar o oceano. Ansioso porque finalmente você teria a sua oportunidade de ouro, e nervoso, porque não sabia quando poderia voltar para o lado ocidental do mundo.
       Você estava plenamente certo! Você se deu muito melhor com o seu trabalho do que nós esperavamos, e não voltou mais. Nunca mais. E o pior de tudo é que conheceu "uma pessoa melhor". Duvido muito que ela seja melhor do que eu. Não, eu não resolvi ser convencida só para não demonstrar que estou sofrendo, eu só não queria me separar de você por nenhum segundo, adorava te telefonar as cinco da manhã chorando porque tive um pesadelo, e você me fazia rir me chamando de bebezinha.
       Já se passaram cinco anos. Não há um fim de semana sequer que eu não vou a sorveteria do bairro tomar sorvete. Sozinha. Imaginando. Imaginando. E imaginando. Não sei ao certo no que eu penso quando vou até lá. O passado se choca com o presente e influencia o futuro de tal forma que não consigo me direcionar e tomar as rédeas da minha vida outra vez.
      Você agora é uma pessoa famosa e bem sucedida. Eu sou só mais uma mulher - na época uma adolescente - que você fez juras e mais juras de amor, e não as cumpriu. Que guarda cartas e mais cartas, cheias de palavras que você não era capaz de dizer, mas que jurava que sentia. Não sei para onde foi todo o seu sentimento; o meu continua aqui, parecendo cada vez maior nesse coração que fica cada vez mais apertado a cada dia,conforme minhas esperanças de um dia ser feliz com você se degeneram.


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